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Seu perfil de risco deve guiar sua alocação

Seu perfil de risco deve guiar sua alocação

14/05/2025 - 16:40
Maryella Faratro
Seu perfil de risco deve guiar sua alocação

Definir seu perfil de risco não é apenas cumprir uma exigência regulatória; é a base para construir uma carteira adequada aos seus sonhos e tolerância. Quando você entende sua disposição a enfrentar perdas e volatilidade, consegue tomar decisões mais seguras e alinhadas aos seus objetivos.

Conceito de Perfil de Risco

O perfil de risco é uma análise obrigatória no Brasil, conforme a Instrução CVM 539, que busca proteger o patrimônio do investidor. Essa avaliação, também conhecida como “suitability”, identifica quão confortável você está com possíveis quedas e flutuações do mercado.

Normalmente, essa análise é feita por meio de um questionário que considera três aspectos principais:

  • Tolerância ao risco do investidor: quão preparado você está para suportar perdas temporárias.
  • Conhecimento e experiência financeira: seu histórico com produtos de renda fixa, variável e derivativos.
  • Situação financeira e objetivos pessoais: renda mensal, reservas disponíveis e metas de curto, médio e longo prazo.

Essas informações permitem às instituições ofertarem produtos adequados ao seu perfil, evitando recomendações que ultrapassem sua capacidade de enfrentar riscos ou que sejam conservadoras demais.

Por que é importante definir o perfil de risco

Sem um mapeamento claro da sua disposição ao risco, você pode acabar investindo em ativos que gerem ansiedade excessiva ou, ao contrário, serem conservadores demais e obter retornos abaixo do desejado.

Quando o perfil está bem definido, há um alinhamento entre perfil, objetivo e estratégia que proporciona mais tranquilidade para seguir o plano mesmo em períodos de turbulência econômica.

Além disso, a revisão periódica do perfil é fundamental. Mudanças na vida pessoal, no mercado ou nos objetivos financeiros requerem uma reavaliação, recomendada a cada dois anos ou sempre que houver eventos significativos.

Principais Perfis de Risco

O investidor conservador prioriza segurança e liquidez, voltando-se a títulos públicos e fundos de renda fixa de baixo risco. Já o moderado busca equilíbrio entre rentabilidade e segurança, combinando renda fixa e variável. O arrojado, por sua vez, aceita grande volatilidade para buscar retornos superiores, incluindo ativos internacionais e alternativas.

O tripé dos investimentos

Para cada perfil, é essencial equilibrar três pilares:

  • Rentabilidade: potencial de retorno, diretamente ligado ao risco assumido.
  • Liquidez: rapidez e facilidade de transformar o investimento em dinheiro.
  • Segurança: grau de proteção contra perdas, que nunca é absoluto.

A alocação ideal nasce do balanço entre esses três elementos, de acordo com sua disposição a enfrentar oscilações e seu horizonte de investimento.

Exemplos de alocação de acordo com o perfil

Veja três perfis e como a carteira pode ser distribuída:

Conservador: até 80% em ativos de renda fixa, como títulos públicos e CDBs de grandes bancos, e 10-20% em fundos multimercado de baixa volatilidade para proteger contra a inflação.

Moderado: cerca de 60% em renda fixa conservadora, 20-30% em ações de empresas sólidas ou fundos de ações e 10-20% em fundos multimercado dinâmicos ou crédito privado.

Arrojado: mais de 50% alocado em renda variável — ações brasileiras e internacionais, fundos de mercados emergentes, criptomoedas e investimentos alternativos — buscando maximizar ganhos no longo prazo.

A influência dos objetivos e do horizonte de investimento

O prazo de cada meta é determinante para o risco que você pode tolerar. Objetivos de longo prazo, como aposentadoria, permitem suportar mais volatilidade, já que há tempo para recuperar eventuais perdas.

Por outro lado, metas de curto prazo, como a compra de um imóvel em dois anos, exigem maior concentração em produtos líquidos e de menor risco.

Ajustar a carteira sempre que os objetivos mudarem é tão importante quanto a avaliação inicial do perfil.

Regulamentação e práticas de mercado

A CVM obriga todas as instituições financeiras a seguir a “suitability” na oferta de produtos, garantindo a adequação entre perfil e produtos. Além disso, os investidores são classificados como varejo, qualificado ou profissional, conforme sua renda e volume aplicado, o que influencia nos tipos de ativos disponíveis e nos limites de investimento.

Essa padronização protege o investidor e aumenta a transparência em relação à recomendação de ativos.

Considerações finais

Não existe investimento isento de risco; a maior proteção que você tem é o alinhamento entre perfil, objetivo e estratégia. Uma autoavaliação séria e uma diversificação inteligente ajudam a evitar decisões impulsivas ou excessivamente conservadoras, que podem comprometer seus resultados.

Lembre-se de revisar seu perfil sempre que mudanças significativas ocorrerem na sua vida ou na conjuntura econômica. Dessa forma, sua alocação permanecerá sempre coerente com suas necessidades, limites e sonhos.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro